sábado, 4 de julho de 2009

“PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS – LINGUA PORTUGUESA"

A primeira impressão que tivemos do livro/documento, foi o quão atualizado ele está em relação às discussões travadas na contemporaneidade sobre a concepção que permeia o processo de alfabetização.
Assim, vemos claramente, logo no início do livro( páginas 21 e 22), concepções fundamentadas nos estudos de Emília Ferreira, quando é posta em questão a concepção de que alfabetizar é muito mais do que fazer uma decodificação fonográfica e que o aspecto primordial que deve ser levado em conta na alfabetização é conceber a língua como uma forma complexa de representação.
Uma outra teoria também bastante forte que permeia a concepção defendida pelo PCN, é o da análise do discurso, em que idéias e conceitos de Bakhtin abundam e, dentro desta concepção de alfabetização, a unidade básica de ensino da Língua Portuguesa é o texto.
Uma outra impressão que tivemos, refere-se a algumas contradições por nós percebidas dentro da tessitura do PCN. E uma delas se encontra nas idéias contidas na página 22 quando confrontadas com às da página 72. Na primeira destas páginas o autor defende a idéia de que não existe uma fala “correta”, mas apenas falas adequadas ao contexto de uso. Enquanto que na página 72 defende-se enfaticamente a idéia de que ao escrever um texto, a criança NÃO poderá ser redundante; que é importante a utilização da CORRETA ortografia e que dificilmente as pessoas suportam ler textos cuja letra é incompreensível.
Aproveitando esta breve análise da contradição presente no livro, gostaríamos também de expor uma crítica em relação a ele, e esta baseia-se na idéia defendida na página 90 e, achamos que merecia ser transcrita:

...”O critério do que deve ou não ser ensinado é muito simples: apenas os termos que tenham UTILIDADE para abordar os conteúdos e facilitar a comunicação...EXCLUÍNDO-SE tudo o que for desnecessário.”

Em um outro momento, o autor também defende a idéia de que só deva ser ensinado ao aluno aquilo que for realmente significativo para ele , traduzindo como significativo somente aquilo em que o aluno vir um resultado imediato.
Ora, não é difícil perceber o teor fortemente utilitarista contido nestas concepções.
Mas também há pontos positivos e interessantes que gostaríamos de destacar do texto e um deles diz respeito ao tratamento dado à “Aprendizagem Inicial da Leitura”, já que neste tópico encontram-se atividades interessantes sobre o tema a serem trabalhadas com os alunos, são elas: Leitura diária; Leitura colaborativa; Projetos de Leitura, Atividades seqüenciadas de Leitura; Atividades Permanentes de Leitura e Leitura feita pelo professor.
Bem, encerramos por aqui as nossas singelas impressões e damos a dica aos colegas, que, embora existam bastantes problemas no âmbito das contradições e, também, em alguns momentos, uma certa pobreza de conteúdos conceituais a serem ensinados, bem como de certas concepções de ensino como a “utilitarista”, ainda assim, acreditamos que valha a pena lê-lo, já que o PCN referente à Língua Portuguesa surpreendeu-nos quanto à sua qualidade, superando, ao nosso ver, os PCNs referentes às demais disciplinas.

Alunas: Janaína Roberta Pereira Costa – RA: 061630
Marisa Ferreira de Souza - RA : 071826

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